Enxaqueca é uma doença comum entre as crianças brasileiras - atingindo cerca de 3,7% a 17,1% dos pequenos. Além de causar desconforto com as crises de dores, pode interferir na relação familiar, trazer atrasos escolares e isolamento social – por não conseguir participar das brincadeiras, atividades esportivas e de lazer. Um estudo publicado no Journal of Child Neurology, mostrou que crianças com enxaqueca estão mais propensas ao déficit de atenção, mesmo no intervalo livre de dor. Os autores avaliaram 82 crianças, entre 8 e 12 anos de idade do Setor de Investigação e Tratamento das Cefaleias (SITC), em São Paulo. Os participantes mirins foram divididos em três grupos: crianças com enxaqueca sem tratamento, crianças em tratamento e crianças controle saudáveis. Após análises, a equipe de Thaís Villa verificou que durante os testes realizados, as crianças do grupo “sem tratamento” apresentaram déficit de atenção, além de níveis altos de impulsividade e ansiedade. Com o resultado apresentado, se a criança queixar com frequência de dor de cabeça, acompanhado ou não de enjoo, vômito, tontura, queda, visão embaçada, aversão à claridade e alteração do humor, é recomendado buscar urgentemente a ajuda de um profissional especializado, antes que a frequência das dores impossibilite as atividades escolares e de lazer. “Com um tratamento correto, é possível ter a otimização dos sintomas e, em consequência, recuperar a atenção e obter melhorias na qualidade de vida da criança”, concluem os autores.
Referências:
1 - VILLA, Thaís R. ; Agessi, Larissa M.; MOUTRAN, Andréa R. C.; GABBAI, Alberto A.; CARVALHO, Deusvenir S. Visual Attention in Children With Migraine: The Importance of Prophylaxis. Journal of Child Neurology, 2015.
2 - Arruda MA, Guidetti V, Galli F, et al. Primary headaches in childhood—a population-based study. Cephalalgia. 2010;30:1056-1064.
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