Por Prof. Dar Mauro Fisberg, pediatra e nutrólogo CRM 28119
Coordenador do Centro de Nutrologia e Dificuldades Alimentares do Instituto Pensi- Fundação José Luiz Setúbal- Sabará Hospital Infantil
Professor Associado do Departamento de Pediatria Escola Paulista de Medicina- Unifesp
Diretor da Nutrociencia Assessoria em Nutrologia
Pais são biológicos ou criam. Escolhem ou são guindados a uma paternidade por força da natureza ou do desejo, da chance ou da imposição. Na história sempre foram considerados secundários, na criação ou na determinação inicial da vida. Provavelmente foram mais importantes para o sexo masculino, guiando ou impondo tarefas, aprendizados ou rotinas inescapáveis. Do camponês ao nobre, do mestre ao rei, foram determinantes na dificuldade da guinada ou expoentes da mudança.
Pais foram muitas vezes provedores e com isto se bastavam. Pais determinavam status e com isto se consumiam. Pais guiavam escolhas e com isto cerceavam.
Os novos pais não são muito diferentes. Podem ser autoritários ou permissivos, negligentes ou terceirizadores. Podem ser normais em cada um dos tipos de atenção aos seus filhos em algum momento de suas vidas.
Contraponto ao estilo materno ou apoiando suas decisões, os pais seguem mais distantes do que é o ideal. No entanto, são possíveis causadores de traumas e de consequências especialmente benéficas, mesmo com o pouco tempo de contato.
São guia ou restritivos. São exemplo ou modelo a ser afastado. Participam de tudo ou de nada. São gente...
Ainda podem ser intrusivos, que sufocam ou são grudentos que também sufocam e asfixiam. Podem ser carinhosos ou brutais. Podem ser homens e mulheres, podem ser de outro gênero. Adotivos ou naturais, compartilhando ou separando de uma sociedade angustiantemente conservadora.
Pais ocupam o imaginário. De heróis a vilões, de companheiros a seres etéreos. Em cada fase da vida, ocupam papéis complexos e de difícil entendimento pelos seus filhos. E quando os filhos se tornam pais, muitas vezes são espelho ou modelos totalmente contrários.
Pais fazem falta. Pais precisam tocar. Pais precisam abraçar. Pais precisam beijar. Pais precisam lamber feridas, mas não podem lamber. Pais precisam ser homens sem perder a feminilidade. Pais são gente...
No dia dos pais, minha homenagem a esta metade da humanidade que apesar de tudo são gente normal, com vitórias e fracassos, com alegrias e com tristezas, com dúvidas e certezas. Pais são gente normal. Mas dentro de uma normalidade espectral, que vai do zero ao infinito e além... Pais somos nós.
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