Agressão verbal e física, ameaças, insultos, exclusão de atividades em grupos e humilhações intencionais e repetidas... A prática de bullying, hoje em dia, é frequente nas escolas e colégios, e tem implicações psicossociais à longo prazo nas vítimas, incluindo o ganho de peso e sintomas de depressão.
Estar acima do peso, ou obeso, são algumas das razões mais comuns que fazem com que crianças e adolescentes sejam alvo de chacotas, ou sejam intimidados na escola. A “vitimização” baseada no peso ocorre mais frequentemente do que a “vitimização” devido à raça, religião ou à alguma deficiência. Dados de um estudo italiano mostrou que os meninos obesos, são os mais envolvidos no duplo papel de agressor e vítima.
Em um estudo longitudinal realizado com 3929 crianças australianas que foram avaliadas a cada dois anos, verificou-se que, semelhante à outras formas de “vitimização” entre as crianças, o bullying na infância tem uma forte ligação com o ganho de peso na adolescência e que os sintomas depressivos são mecanismos que contribuem para essa associação.
Os resultados demonstraram que 50% das crianças que eram obesas aos quatro anos, quando atingiram a idade de seis anos sofreram bullying, aumentando, assim, o excesso de peso na idade de 6 a 15 anos. Já no quesito sintomas depressivos aos 12 anos, houve associação parcial entre bullying e aumento na adiposidade. Nesse estudo, nenhuma das associações foi significativa para gênero.
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Referências:
Sutin Angelina R., Robinson Eric, Daly Michael, Terracciano Antonio. Parent-Reported Bullying and Child Weight Gain between Ages 6 and 15. Childhood Obesity. October 2016,
Dario Bacchini, Maria Rosaria Licenziati, Alessandra Garrasi, Nicola Corciulo,Daniela Driul, Rita Tanas, Perla Maria Fiumani, Elena Di Pietro, Sabino Pesce, Antonino Crinò, Giulio Maltoni, Lorenzo Iughetti, Alessandro Sartorio, Manuela Deiana, Francesca Lombardi, Giuliana Valerio. Bullying and Victimization in Overweight and Obese Outpatient Children and Adolescents: An Italian Multicentric Study. PLoS One. 2015