Por Abykeyla Mellisse Tosatti
Impacto do iogurte no controle do apetite, balanço energético e composição corporal.
No contexto da atual epidemia de obesidade, a crescente preocupação com uma alimentação saudável tem estimulado o interesse na pesquisa que documenta os efeitos de alimentos específicos sobre o apetite e ingestão de energia. O iogurte é um grande aliado da saúde e o mérito vai para o mix de nutrientes: gorduras, proteínas e, claro, sua oferta generosa de cálcio - potencial papel na regulação do balanço energético. A explicação mais simples é que o consumo regular de um alimento saudável, como por exemplo, o iogurte, resulta na diminuição da ingestão de alimentos com alto teor de gordura e/ou açúcar.
Hoje, uma longa lista de trabalhos foca o papel do cálcio na saúde – papel que parece só crescer em importância, relacionando a ingestão desse mineral, entre outras coisas, com menor índice de excesso de peso e melhores taxas de diversas substâncias, como colesterol. Já as proteínas do leite diferem em termos de taxa de absorção e as respostas pós-absorção, o que pode influenciar na saciedade.
Há uma tremenda confusão nas gôndolas – e na cabeça das pessoas. Nem todo produto lácteo é iogurte. O petit-suisse é um queijo. A coalhada e o leite fermentado, ainda que cheios de bactérias, também são outra história, assim como aquelas sobremesas lácteas que lembram cremes, pudins e flans. Sem contar o bulgur, o kefir e outros que parecem o iogurte e que talvez até proporcionem benefícios, mas são diferentes. Sendo assim, para ser um iogurte, é preciso conter duas bactérias – Streptococcus thermophilus e à Lactobacillus bulgaricus, essas bactérias que enriquecem a microbiota do hospedeiro, é denso em nutrientes, ou seja, em um pequeno volume – sem que precise se empanturrar -, você obtém porções até ligeiramente maiores do que no leite, de proteínas de alto valor biológico (preciosas para várias funções do organismo); magnésio, fósforo, potássio, zinco e selênio, que se juntam ao cálcio no elenco de minerais em sua fórmula; vitaminas A, D, E, e K, além daquelas do complexo B. E uma pitada de gorduras que, apesar de saturadas, têm uma capacidade menor de formar placas nas artérias e são importantes para a produção de hormônios sexuais, entre outras coisas. Esse pacote básico de benefícios é encontrado nos mais diversos tipos de iogurte – com a exceção das gorduras, retiradas das versões desnatadas. Também oferece flexibilidade na medida e pode ser consumido diariamente em qualquer refeição ou como um lanche. Conforme descrito aqui, o iogurte é um alimento que prolonga a saciedade, podendo influenciar favoravelmente o balanço energético e composição corporal.
Então, vale retomar bons motivos para você incluir iogurte na alimentação:
É um alimento que fornece muitos nutrientes em uma única porção;
Sua composição, incluindo as famosas bactérias benéficas, o torna um dos itens mais associados à prevenção de doenças e à longevidade, com o aval de estudos sérios;
Pode ser consumido até por quem tem intolerância à lactose;
É acessível e pode ser transportado para qualquer canto, sendo que aguenta bem fora da geladeira por umas três horas, se resolver consumi-lo no lanche;
Apresenta uma variedade incrível de sabores e texturas;
Combina muito bem com as mais diversas frutas, castanhas, cereais, legumes ...;
É extremamente versátil no preparo de receitas doces e salgadas.
Referências:
Tremeblay A, Doyon C, Sanchez M. Impact of yogurt on appetite control, energy balance, and body composition. Nutr Rev. 2015 Aug;73 Suppl 1:23-7. doi: 10.1093/nutrit/nuv015.
Fisberg M e colaboradores. Dia a dia com Iogurte. Revista Saúde. São Paulo: Ed. Abril, 2014.
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