Dra Gabriela Fezer- pediatra e residente em Nutrologia Pediátrica no Hospital Infantil Joana de Gusmão- Florianópolis- SC. Estagiária no Instituto Pensi.
CRM-SC 19.667.
Prof Dr Mauro Fisberg- pediatra e coordenador do Centro de Dificuldades Alimentares do Instituto Pensi. CRM SP 28119
O ferro é o metal presente em maior quantidade no corpo humano. Possui várias funções importantes para a nossa saúde, atuando por exemplo na síntese de proteínas e nos sistemas respiratório, anti-oxidativos e anti-infecciosos do organismo.
Apenas uma pequena parte do ferro utilizado pelo nosso organismo provem da dieta. O restante é proveniente da reciclagem dos glóbulos vermelhos no sangue.
E quais são as principais fontes alimentares de Ferro?
Existem dois tipos de ferro que podemos ingerir através da alimentação: o ferro heme, proveniente de produtos de origem animal, principalmente carne vermelha, que é melhor absorvido pelo nosso organismo; e o ferro não-heme, proveniente de fontes vegetais, principalmente leguminosas como feijões, ervilhas, lentilha e grão de bico, além de vegetais de folhas verde. Esse tipo de ferro pode ter sua absorção dificultada por alguns outros componentes da dieta, como cacau, café, leite de vaca e derivados.
Quais os problemas que a falta de ferro no organismo pode causar?
Quando por algum motivo não ingerimos ferro suficiente, ou quando temos uma necessidade alta, como em estágios da vida como gravidez, lactação e primeiro ano de vida, ocorre uma redução dos estoques de ferro no organismo. Nessa fase, chamada de deficiência de ferro, nenhum sinal ou sintoma é percebido, porém, as consequências da carência de ferro já podem ocorrer, levando a alterações no desenvolvimento, crescimento e cognição, além de comprometer a imunidade, deixando a criança mais suscetível a contrair infecções. É importante que o diagnóstico seja feito ainda nessa fase, pois com o tratamento adequado esses problemas podem ser evitados.
Se não for detectada e corrigida, a deficiência leva à anemia ferropriva, caracterizada pela diminuição dos níveis de hemoglobina. Quando a anemia está estabelecida, podem aparecer manifestações como palidez, unhas frágeis e quebradiças, queda de cabelos, apatia, cansaço fácil e alterações no apetite. Esses sinais surgem quando já existe uma deficiência importante, que pode trazer consequências graves e de longa duração. Por esse motivo, a anemia ferropriva é um problema de saúde potencialmente grave, principalmente entre as crianças!
O que devo fazer para evitar que meu bebê tenha anemia?
O primeiro passo é manter sempre que possível o aleitamento materno- de forma exclusiva até o sexto mês de vida, e juntamente com outros alimentos pelo menos até os dois anos de idade. A biodisponibilidade do ferro no leite materno, ou seja, a quantidade desse nutriente presente no leite que é de fato absorvida, é alta, sendo o leite materno suficiente para manter os estoques de ferro em crianças nascidas a termo nos primeiros meses de vida.
A partir do sexto mês, deve ser iniciada a alimentação complementar, e nessa hora é importante oferecer ao bebê alimentos ricos em ferro, principalmente de origem animal, como a carne bovina.
Se você for vegetariana ou vegana, e desejar que seu bebê siga esse estilo de vida, é necessário que ele seja acompanhado de perto pelo pediatra e nutricionista especialista, para garantir o consumo adequado de ferro de fontes vegetais. Nesses casos, a prescrição de um reforço através de suplementos também pode ser indicada.
Além disso, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que todos os bebês nascidos à termo recebam suplementação de ferro através de medicamentos, a partir do terceiro mês de vida. Essa recomendação muda um pouco se o seu bebê for prematuro ou tiver nascido com baixo peso.
Mantenha acompanhamento regular e converse sempre com seu pediatra de confiança! Ele vai saber te orientar da melhor maneira e tirar suas dúvidas!
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